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terça-feira, 6 de julho de 2010

CASAMENTO EM N0ME DE QUEM ?

Em sua edição de 22 de janeiro de 2007, a revista Veja publicou uma matéria de Rosana Zakabi, com reportagem de Érica Chaves, com o título “Os novos códigos da separação”, onde aborda a diminuição das brigas na justiça durante o processo de divórcio, com os casais mantendo relações cordiais entre si para ficarem próximos de seus filhos.
A matéria cita uma pesquisa do IBGE, divulgada no final de 2006, informando que os divórcios no Brasil aumentaram 52% nos últimos dez anos, enquanto a população cresceu apenas 14%. Ou seja, divorciar-se ficou mais fácil.
Ainda mais agora, com a recente lei que autoriza a oficialização do divórcio em cartório, sem a intervenção da Justiça, nos casos em que não há filhos menores ou incapazes.

O que me chamou a atenção no texto foi a ênfase dada à motivação por trás dessa nova forma de encarar o divórcio: “continuar a participar do dia-a-dia das crianças, de forma a evitar que os filhos sintam o temor – e às vezes até o terror – de que um dos pais os abandone para sempre”.
É verdade que os casais que se separavam há alguns anos, inclusive seus filhos, sofriam muito com discriminação e maus tratos.
Muitos desses filhos são os pais que estão se separando hoje e querem evitar que seus filhos passem pelo mesmo sofrimento.
Mas uma pergunta me vem à mente: será que essa busca de se encontrar formas de minimizar o “choque causado nos filhos com a separação” é mesmo o melhor para eles?
É o melhor para a sociedade?

Ao saber que há um choque envolvido no processo de separação, como comprovado por “vários estudos”, como cita o artigo, não seria melhor investirmos na preparação de nossos filhos para que pudessem passar pela fase da escolha de seu futuro parceiro de casamento com mais segurança e convicção em suas decisões?
Não seria melhor os filhos crescerem em lares onde vissem seus pais se tratando com carinho e respeito, honra e atenção, tendo neles os modelos a seguir em seus futuros relacionamentos?

Fico surpreso com a crítica tenaz ao casamento como relacionamento “por toda a vida”, querendo destruir ou tornar “pouco inteligente” a sua visão de algo vitalício; afinal, não se declara no altar “até que a morte nos separe”?
Onde está problema?
Por que alguns casamentos “dão certo” e outros não?
Que valores estão sendo implantados nos corações de nossos filhos?
Ao levar as pessoas de nosso país a utilizarem sempre o caminho mais fácil, não estamos forjando uma geração de pessoas que fogem diante das dificuldades e que “abandonam o barco” quando a coisa aperta?

É interessante que os próprios especialistas alertam os descasados a manterem apenas uma relação cordial e não mais íntima entre si, senão “as crianças ficam confusas e passam a acreditar na reconciliação do casal”.
Ora, não há nessa constatação um alerta para a sociedade, na verdade?
Os filhos não querem viver sem seus pais.
Se há interesse em que “sofram” menos com uma separação “politicamente correta”, porque não lutar por políticas sociais que invistam mais na construção de famílias estáveis?
Pode-se pensar que o casamento não deve ser “por toda a vida”, mas os filhos são.
Que mensagem mais contraditória para uma criança: “Nós pensamos em você e vamos lutar pela preservação da amizade para que você não sofra muito com a nossa separação, mas o mais importante é a nossa felicidade pessoal e não vamos abrir mão dela por você.”

Quando o apóstolo Paulo, em sua carta aos Efésios (capítulo 5), declara que o casamento é um mistério que aponta para o relacionamento de Cristo com a Igreja, não consigo enxergar outra forma para esse relacionamento que não seja o de aliança.
Amor que se dá de forma total, independente das atitudes do outro.
Que maravilha quando um casamento começa do modo como Deus planejou, e não da forma egoísta e com motivações tão erradas como se tem feito em nossos dias.
Casamento não deveria ser opção para filhos que não gostam de seus pais saírem de casa e fugir do ambiente familiar.
A prática está moldando o conceito.
Como os casamentos estão começando errado e não estão “dando certo”, a sociedade está tirando a sua base (aliança) e anulando o seu valor como mecanismo criado por Deus.

Uma socióloga diz no artigo: “Não existe mais o conceito de que casamento precisa durar para sempre.”
Estranha essa afirmação, já que a Bíblia declara exatamente o contrário: “O que Deus uniu, não o separe o homem.”
Deus não inventou o casamento porque não tinha nada melhor para fazer. Quando quebramos princípios criados por Ele, há conseqüências que vão se mostrar devastadoras ao longo de gerações, mesmo que não as enxerguemos em nossos dias.
Será que o número assustador de abortos no Brasil e o aumento impressionante de adolescentes grávidas não têm nada a ver com esse aumento galopante no número de divórcios?
Precisamos pensar sobre isso.
Precisamos agir quanto a isso.
Sem retórica moralista e enfrentando a fragilidade da figura masculina no mundo de hoje, responsável por esse enfraquecimento da teia social, uma vez que as mulheres são as que mais lutam para manter a família unida.
Nossa sociedade está precisando resgatar a hombridade de nossos homens, fortalecendo seu caráter e despertando-os a cumprir seu chamado de esposo, pai e cidadão.
Como dizia o Dr. Edwin Cole, hombridade e semelhança a Cristo são sinônimos. Nosso país está precisando de homens de verdade.
Nossas famílias estão precisando de Jesus!

No amor de Jesus,

Pr. Humberto Freire

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