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sábado, 25 de julho de 2009

PRIMEIRO, O INTERESSE DOS OUTROS


“Ninguém deve buscar os seus próprios interesses e sim os interesses dos outros.” (1 Coríntios 10.24 – NTLH)Nesse ousado desafio lançado àqueles que querem seguir ao Senhor Jesus, reside um valioso segredo para a convivência.

E estou convencido de que é muito útil também nas relações familiares. Quando escreveu o versículo acima, Paulo estava ensinando que o comportamento do cristão não é regulado por uma lista de proibições e permissões.Algo pode ser permitido, mas não recomendado. “Tudo é permitido, mas nem tudo convém.

Tudo é permitido, mas nem tudo edifica” (1 Co 10.23). “Nas ações de seu dia-a-dia, o cristão não deve considerar apenas o que é permitido, mas sim o que convém e o que é útil para a edificação”, observou Matthew Henry, respeitado comentarista da Bíblia. Segundo ele, aqueles que fazem tudo o que aparentemente não é pecado – tudo o que “não tem nada”, para usar uma expressão mais comum – geralmente incorrem no mal e causam desastres às outras pessoas. Assim, os melhores critérios na determinação da nossa conduta são o da conveniência e o da promoção da edificação.

Mas como saber o que não convém? Como identificar aquilo que não é útil para a edificação? A solução do apóstolo é apontar para o sentido inverso, ou seja, mostrar-nos o que é conveniente para o crente e o que coopera para o crescimento espiritual dos que estão à nossa volta. E a resposta é: “buscar os interesses dos outros”. Isso convém aos filhos de Deus; isso edifica.Paulo comportava-se dessa maneira. “Também eu procuro agradar a todos, de todas as formas. Porque não estou procurando o meu próprio bem, mas o bem de muitos, para que sejam salvos” (v. 33). E, em seguida, nos orienta a fazer como ele: “Tornem-se meus imitadores, como eu o sou de Cristo” (11.1).Buscar o interesse dos outros acima do seu próprio não é novidade da primeira Carta aos Coríntios.

Nos Evangelhos, Jesus já tinha ordenado aos seus seguidores a autonegação, e, já no Antigo Testamento, se ouvira a idéia de amar o próximo como a si mesmo. Esse dom de colocar os outros à frente é o amor de Cristo, aquele que deu a vida pelos seus inimigos. “Ele deu a sua vida por nós, e devemos dar a nossa vida por nossos irmãos”, ensinou João (1 Jo 3.16).

Muitos problemas nas relações domésticas têm origem em questões bem pequenas que seriam facilmente superadas se uma das partes do conflito colocasse em prática 1 Coríntios 10.24. Imagine-se que os pais queiram que o filho faça alguma coisa numa hora em que ele esteja ocupado, navegando na Internet, por exemplo. E imaginemos que o filho ache que aquela tarefa possa perfeitamente ser deixada para mais tarde.

Estaremos numa situação de potencial conflito. Porém, se o filho buscar o interesse dos pais acima do dele, terá resolvido o problema pacificamente. Sem discussões, sem crise, sem clima ruim, vai fazer o que eles pedem. Quando, nas pequenas coisas da vida familiar, ostentarmos o singular altruísmo do amor divino, certamente, honraremos o bom nome de Jesus e construiremos em nosso lar um ambiente propício para a salvação e a edificação dos nossos queridos.

No amor de Jesus,

Pr. Humberto Freire

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