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quinta-feira, 22 de julho de 2010

MUDANÇA DE PARADIGMAS !

Jesus tem muitos admiradores, porém, poucos discípulos.

Tem muitos adoradores, mas poucos seguidores.

Muitos chamados, poucos escolhidos.

Seguir Jesus é muito mais do que aceitar um dogma, é dispor-se a quebrar paradigmas que vêm formatando nossa civilização por milênios.

Quero destacar aqui três destes paradigmas:

1.A Comparação
2. A Competição
3. A Concetração

Nossa sociedade está alicerçada sobre este tripé.
Ele é, por assim dizer, a trindade comportamental que forma nosso Ego.

Para que o Reino de Deus seja estabelecido entre os homens, há que se fazer uma limpeza no terreno antes de lançar seus fundamentos.
Estes paradigmas têm que ser removidos para dar lugar a novos paradigmas, que por sua vez são centrados em Deus e no semelhante, e não no indivíduo em si.

1.Em lugar da comparação, COMPLEMENTAÇÃO !

Ninguém é melhor ou pior do que o outro.
Se Deus desse a todos os mesmos dons e aptidões, tornaríamos como ilhas auto-suficientes.
Em vez disso, Deus distribuiu dons da maneira como Lhe aprouve, para que aprendêssemos a depender uns dos outros.

Portanto, é perda de tempo ficar fazendo comparações.
Se sou melhor em algo, isso não me dá o direito de vangloriar-me.
Certamente alguém é muito melhor do que eu em alguma outra coisa.
Devemos sim, complementar uns aos outros.
Se naquilo em que sou fraco, você é forte, devemos dar os braços e caminhar juntos. Meus dons não me fazem superior àquele que não os recebeu, mas me fazem seu servo.
Deus confiou-os a mim para que os usasse em benefício comum.
Da mesma maneira, não devo invejar aquele que recebeu o que me falta.
Devo enxergá-lo como alguém a quem Deus confiou algo para me complementar.

2. É da comparação que surge a COMPETIÇÃO

Queremos provar para todos o quanto somos bons e melhores do que outros.
Porém, se nos livrarmos do paradigma da comparação, o paradigma da competição ficará orfão.
Se nos complementamos, logo, o lugar da competição será cedido à cooperação.
O que somos afetará a maneira como operamos.
Somos todos dependentes uns dos outros, e por isso, devemos co-operar, trabalhar em conjunto visando um bem comum.

E quanto ao fruto deste trabalho?
Numa sociedade competitiva, o fruto deve ser concentrado nas mãos de quem produz.
Mas em uma sociedade cooperativa, o paradigma da distribuição dos frutos deixa de ser a concentração para ser a comunhão.
Foi isso que a igreja primitiva experimentou.
Todos tinham tudo em comum.

Não cabe ao Estado distribuir igualmente os bens entre seus cidadãos.
É a consciência transformada pela graça que deve levar os cidadãos do reino a reconhecerem que tudo quanto Deus lhes proporcionou deve ser partilhado com os demais.
Se não derrubarmos antes os paradigmas da comparação e da competição, jamais nos disporemos a abrir mão do ‘sagrado’ direito de concentrar bens.
Por isso a sociedade é tão injusta.
Seus alicerces estão carcomidos pelo egoísmo humano.

3.Em lugar da Concentração a COMUNHÃO !

Comunhão não é algo que se impõe, nem por autoridades eclesiásticas, nem por autoridades civis.
Os crentes primitivos só se dispunham a compartilhar seus bens entre a comunidade porque“era um o coração e alma da multidão dos que criam” (At.4:32a).
Portanto, não havia lugar para competitividade ou mesmo para comparações.

Quando estes sentimentos começaram a brotar, Paulo, o apóstolo, os combateu com veemência, chegando mesmo a implorar para que não permitissem que eles comprometessem a unidade original dos crentes (1 Co.1:10).
Dirigindo-se aos Coríntios, Paulo os acusa de serem carnais, e justifica:
“Pois havendo entre vós inveja e contendas, não sois carnais, e não andais segundo os homens?” (1 Co.3:3).
“Inveja” e “contendas” nada mais são do que os velhos paradigmas que têm guiado a humanidade por longas eras.
Só há inveja onde haja comparação (A grama do vizinho sempre parece mais ver que a nossa).
Só há contendas onde haja competição (Vamos tirar a prova e ver quem é melhor, ou quem tem a razão!).

Em posse de novos paradigmas, Paulo detona aquela fortaleza espiritual que insistia em manter-se de pé entre os cristãos de Corinto:

“Afinal de contas, quem é Paulo, e quem é Apolo, senão ministros pelos quais crestes, e isto conforme o que o Senhor deu a cada um? Eu plantei, Apolo regou, mas Deus deu o crescimento. Pelo que, nem o que planta é alguma coisa, nem o que rega, mas Deus, que dá o crescimento. Ora, o que planta e o que rega são um, e cada um receberá o seu galardão segundo o seu trabalho. Pois somos cooperadores de Deus; vós sois lavoura de Deus e edifício de Deus” (1 Co.3:5-9).

Quanta sensibilidade há neste texto de Paulo !
Quanta humildade.
Paulo deixa claro que não estava numa disputa com Apolo pela primazia daquela igreja.
Eles não eram rivais, mas cooperadores.
Em vez de inveja, o que havia era reconhecimento à importância do outro.
Em vez de contendas, trabalho conjunto.

Infelizmente, parece que a igreja ainda não conseguiu virar esta página, e vem recapitulando o mesmo erro dos Coríntios por séculos.
Urge levantar-se uma nova geração de cristãos comprometidos com os paradigmas do reino, que desprezem a feira de vaidades em que se tornou nossos ajuntamentos, e encarnem o modus vivendi de seu Mestre, Salvador e Rei, o Senhor Jesus Cristo.

No Amor de Jesus,
Pr. Humberto Freire

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